Famílias Mafra

Luci Alves Mafra

feminino 1954 - 2014  (60 anos)


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  • Nome Luci Alves Mafra 
    Nascimento 27 Set 1954  Rio de Janeiro, RJ Encontrar todos indivíduos com eventos neste local 
    Sexo feminino 
    Grafias do nome Lucy Mafra, Lucy Alves Mafra. 
    Profissão Atriz 
    Falecimento 4 Dez 2014  Vassouras, RJ Encontrar todos indivíduos com eventos neste local 
    Sepultamento 5 Dez 2014  Inhaúma, Rio de Janeiro, RJ Encontrar todos indivíduos com eventos neste local 
    ID da pessoa I005372  Mafra
    Última alteração 16 Jul 2016 

    Mãe Geni   fal. Jul 2014, Vassouras, RJ Encontrar todos indivíduos com eventos neste local 
    ID da família F013257  Ficha familiar  |  Diagrama familiar

  • Notas 
    • https://www.facebook.com/grupo.tanarua, 5 de dezembro de 2014.

      Grupo Tá Na Rua com Miguel Campelo
      5 de dezembro de 2014 às 17:51

      Linda homenagem feita pelo ator e amigo Miguel Campelo!

      A rua perde uma de suas desbravadoras.
      Faleceu nessa quinta-feira, 4 de dezembro, a atriz Lucy Mafra, fundadora do Grupo Tá Na Rua, que nos anos 1980, ainda no final da Ditadura brasileira, rompeu com o conformismo e se lançou nessa aventura apaixonada que é o teatro de rua.
      No Brasil da época, que ainda amargava anos de censura aos artistas e à população, havia poucos grupos de teatro de rua. Embora caminhássemos para a abertura política, quando o povo finalmente faria valer sua voz, era preciso enorme coragem para lançar-se ao espaço público e expressar-se.
      As muitas pessoas, entre atores e público, que testemunharam aqueles primeiros passos da trupe em direção à liberdade sonhada, narram como era incomum e bonito deparar-se com a visão daquela moça linda gritando, rodopiando e caindo me plena praça pública. Em seu número, Lucy revelava com humor e poesia o sentimento de aprisionamento e desespero que tomava conta da população, das mulheres, dos trabalhadores. Esse também era o seu sentimento, mas como num espasmo da alma, aquela atriz exorcisava o medo e o silêncio. Gritava na rua!! No seu rodopio revelavam-se cores, fitas, anáguas e rendas, desprendiam-se flores, voavam pássaros.
      Ao final do número Lucy caía e o público tentava adivinhar o que a estava afligindo. E todos na roda tinham palpites. Todos conheciam aflições e compartilhavam na brincadeira. Quando aquela mulher caía no chão, algo saltava no ar e todos juntos se elevavam.
      Ao longo dos anos, Lucy desenvolveu junto com Amir Haddad e os atores do grupo, uma linguagem teatral libertadora e revolucionária. Repartiu seu conhecimento como professora e diretora dedicada. Uma mestra que abriu caminho para outros artistas. Hoje, por todo o Brasil, multiplicaram-se os grupos de teatro de rua. E se antes contávamos poucos, somos agora centenas.
      Lucy ajudou a escrever a história narrada do teatro de rua brasileiro. Mas a memória de uma artista pública se inscreve é na paisagem urbana, nas praças, nos jardins públicos e no coração do povo. E é nesses lugares onde encontraremos sempre a força transformadora da coragem dessa mulher.
      Viva Lucy! Evoé!