Notas |
- Barros Correia, Abílio César de - Relato Familiar, transcrição de Amaury de Barros Correia, páginas 4 a 5.
Manoel Vicente, morador em Lagoa dos Cavalos - Alagoinha – Pesqueira - era outro freguês de Dona Clara e muito amigo da família, tanto que em 1850 indo a Recife encontrou Ricardo Fonseca de Medeiros, meu avô, e filho de Clara, um pouco enfraquecido pelos estudos, convidou-o vir passar as férias na Fazenda, o que foi aceito; a estrada passava por Cacimbão onde morava José Cordeiro da Fonseca - Cazuza - primo de Ricardo, que se opôs a que o rapaz passasse dali, onde ficou entre a parentela.
O meio era muito atrasado, somente os mais antigos sabiam ler; meninas, rapazes e moças, não conheciam o ABC, Ricardo foi induzido a abrir uma escola que tinha enorme frequência. Todos os filhos e filhas da viúva de Francisco Cordeiro da Fonseca, com pouco tempo liam e escreviam, somente Candida que tinha dezessete anos e aos primeiros olhares de Ricardo enamorou-se do rapaz, não quiz aprender outra matéria; em 1851 casavam-se Ricardo e Candida.
Por esse tempo pôs o governo da Província em concurso a cadeira de professor de Quipapá, Ricardo foi a Recife, inscreveu-se no concurso, sendo classificado em primeiro lugar, escreveu para a mulher que tinha ficado na casa da mãe em Cacimbão, para que mandasse condução para voltar, indo um escravo de confiança num cavalo com cangalha e outro com sela; já eram decorridos uns quatro meses que Ricardo tinha ido para Recife e chegando a condução, dois dias depois, partiu de Recife, pouco depois de meia-noite, estava ansioso para chegar em casa, fazendo uma viagem puxada.
Contava ele que querendo conhecer o Coronel Pedro Paes, que tantos benefícios havia feito à família de sua mulher por ocasião e antes mesmo do assassinato do pai, passou por Tacaité onde chegou às quatro horas de tarde, jantou com o Coronel, mandou dar milho ao cavalo e preparou-se já às seis horas da tarde para prosseguir a viagem; o Coronel insistiu para que dormisse e fosse no outro dia, chegando mesmo a dizer que era uma imprudência viajar àquela hora em animais já puxados, a que Ricardo não se convenceu e seguiu; o escravo com a carga de malas dormiu em Tacaité de onde sairia pela madrugada.
Ao passar Ricardo no lugar Lagoa da Picada, às dez horas da noite, da margem esquerda do caminho saltaram dois indivíduos que pegando nas rédeas do freio do cavalo, para reconhecerem o viajante, Ricardo em voz alta tirou o chapéu e disse: boa noite meus senhores! ao que um que estava mais afastado dos outros disse: deixe passar; Ricardo chegou assombrado em Cacimbão, às duas horas da manhã. No outro dia com a chegada do escravo este contara que quando estava pela madrugada se preparando para viajar, chegavam quatro homens trazendo atravessado num cavalo na cangalha um homem morto a tiros de bacamarte. [3]
- Barros Correia, Abílio César de - Relato Familiar, transcrição de Amaury de Barros Correia, páginas 5 a 6.
Ricardo Fonseca de Medeiros foi professor em Quipapá, Jurema, Panelas, e Altinho de onde foi removido para Santo Amaro das Salinas em Recife, em 1881.
Do seu casamento teve muitos filhos, sendo o primeiro Ana, nascida em 26 de setembro de 1852 e casada em fevereiro de 1875 com Inacio Paes de Barros Correia, em Altinho, quando o pai era professor; são os meus pais.
Segundo Ricardo, que faleceu aos dezessete anos de pneumonia em Jurema.
Manoel Yoyô, meu padrinho, que foi professor em Queimadas de Jurema, São Benedito, Alagoinha e Pesqueira onde faleceu, casado com Carlota Arco-Verde, deixou um filho e quatro filhas, entre estas Marilita, funcionária da Escola Normal Pinto Júnior em Recife.
José Candido, funcionário dos correios, casado com uma filha do professor Martiniano de Sousa, morreu tuberculoso, deixou um filho, o Doutor José Medeiros, residente no Rio de Janeiro.
Rita, casou-se em Panelas com um primo filho do Coronel José dos Santos, de quem se separou logo acompanhando o pai para Recife, estudou, foi professora em Caruaru e Recife, onde se jubilou e ainda vive.
Francisco, que foi professor em Cajá da Vitoria, Caruaru e Várzea em Recife, era casado com Clodomira, filha do Major Miguel dos Anjos dos Prazeres, faleceu tuberculoso em casa de meus pais aqui em Belo Jardim, em 1903, deixou dois filhos, Mozart e Moacyr de Medeiros - formado em Odontologia e Bacharel em direito, o meu melhor amigo de todos os primos.
Maria, casada fugida com Francisco Claudino Valença, teve muitos filhos e filhas, entre as filhas Maria casada com Joaquim Mota, Rita, casada com Antonino Gonzaga de Araujo que foi prefeito em Belo Jardim, os filhos homens, Antonio, José e Ricardo.
João, que por concurso foi professor em Pesqueira e faleceu como Lente de português da Escola Normal do Recife, deixou seis filhos, entre esses o Doutor Abaeté de Medeiros, médico psiquiatra em Recife, o Doutor Catéte, Jurandir e ....
Augusto, que cursava o segundo ano de Direito quando faleceu tuberculoso em Cayana em casa de meus pais.
Antonio, que faleceu em casa de meus pais também tuberculoso, em Alto-Limpo, quando ia para Salgueiro como Juiz de Direito, morreu solteiro.
Tereza, estudou e fez alguns preparatórios com o fim de formar-se, o que não conseguiu, vive em Recife com a irmã Rita, mora na Rua Oiriquiti, Recife.
Alfredo, médico, homem de caráter, foi Diretor de Higiene em 1918, casou-se com Marieta Baltar, tiveram quatro filhos, Arnaldo, Umberto, Aluiso e Celia, Umberto é formado em engenharia, pouco tempo após o falecimento da mulher, falecia Alfredo em 1933. [4]
- Altinho, PE, Nossa Senhora do Ó, Livro de Batismos 011, 1872-1881, 028, FamilySearch filme 005412580, imagem 1026.
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3QSQ-G9MX-79WQ?i=1025&cat=1046344
Aos cinco de Abril de 1875, na Matriz, o Professor Ricardo Fonseca de Medeiros e Dona Candida Alexandrina de Medeiros foram padrinhos de batismo de Manoel, branco, filho legítimo de Jose Francisco de Azevedo e Joaquina Maria de Jesus. [5]
- Altinho, PE, Nossa Senhora do Ó, Livro de Batismos 011, 1872-1881, 043, FamilySearch filme 005412580, imagem 1044.
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3QSQ-G9MX-714?i=1043&cat=1046344
Aos vinte e três de Dezembro de 1875, na Matriz, Ricardo Fonseca de Medeiros e Candida Alexandrina de Medeiros foram padrinhos de batismo de Candida, filha legítima de Manoel Satyro de Barros e Urçula Maria da Conceição. [6]
- Altinho, PE, Nossa Senhora do Ó, Livro de Batismos 011, 1872-1881, 067v, FamilySearch filme 005412580, imagem 1072.
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3QS7-89MX-7RZ?i=1071&cat=1046344
Aos quatro de Junho de 1876, na Matriz, Ricardo Fonseca de Medeiros e Candida Alexandrina de Medeiros foram padrinhos de batismo de Maria, filha legítima de Antonio Jorge de Freitas e Thereza Rodrigues. [7]
- Altinho, PE, Nossa Senhora do Ó, Livro de Batismos 011, 1872-1881, 069v, FamilySearch filme 005412580, imagem 1075.
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3QS7-89MX-7PR?i=1074&cat=1046344
Aos vinte e três de Julho de 1876, na Matriz, Ricardo Fonseca de Medeiros e Maria Aurora de Medeiros foram padrinhos de batismo de Josepha, filha legítima do finado Francisco de Couto Pacheco e Henriqueta Maria do Espirito Santo. [8]
- Altinho, PE, Nossa Senhora do Ó, Livro de Batismos 011, 1872-1881, 080v, FamilySearch filme 005412580, imagem 1091.
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3QS7-89MX-7K9?i=1090&cat=1046344
Aos trinta de Setembro de 1876, na Matriz, Ricardo Fonseca de Medeiros e Dona Maria Aurora de Medeiros foram padrinhos de batismo de Manoel, branco, filho legítimo de Francisco José de Oliveira Quintão e Joaquina Jezuina de Oliveira Souza. [9]
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