Famílias Mafra

Ana Freitas de Miranda

feminino +/- 1835 - 1910  (75 anos)


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  • Nome Ana Freitas de Miranda 
    Nascimento +/- 1835 
    Sexo feminino 
    Grafias do nome Anna Mafra de Miranda, Anna Miranda Mafra, Anna de Miranda Mafra, Anna Maria de Miranda, Anna Freitas de Miranda. 
    Falecimento 31 Mai 1910 
    • Guaratuba, PR, Óbitos 1909-1910, 046, 057.
      Anna Mafra de Miranda. Em 01 Jun 1910. Declarante: Tenente Vicente Carlos Marques, residente nesta Vila. Faleceu ontem, na casa do Tenente Coronel Carlos da Silva Mafra, de Pneumonia, D. Anna Mafra de Miranda (sic), natural deste distrito, com 75 anos de idade, viúva de João da Silva Mafra. Não fez testamento. Deixou do casal seis filhos: Carlos, Alexandre, Domingos, João, Maria e Francisca, todos de maior idade. O corpo vai ser sepultado no Cemitério Municipal desta Vila.
    ID da pessoa I000833  Mafra
    Última alteração 25 Jul 2021 

    Pai João de Miranda Coutinho, Júnior   fal. 12 Nov 1878, Vila de Guaratuba, Guaratuba, PR Encontrar todos indivíduos com eventos neste local 
    Mãe Maria Úrsula de Freitas 
    ID da família F005382  Ficha familiar  |  Diagrama familiar

    Família João da Silva Mafra,   nasc. +/- 1830, São Miguel, Biguaçu, SC Encontrar todos indivíduos com eventos neste localfal. 12 Jun 1887 (Idade 57 anos) 
    Filhos(as) 
    +1. Maria da Silva Mafra,   nasc. +/- 1858, Guaratuba, PR Encontrar todos indivíduos com eventos neste local
     2. Domingos,   nasc. +/- 1868
     3. Ana,   nasc. +/- 1 Dez 1858, Riozinho, Guaratuba, PR Encontrar todos indivíduos com eventos neste localfal. Sim, data desconhecida
     4. Luísa,   nasc. 3 Jan 1862, Freguesia de São Luiz, Guaratuba, PR Encontrar todos indivíduos com eventos neste localfal. Sim, data desconhecida
     5. Antônia,   nasc. 12 Jun 1863   fal. Sim, data desconhecida
    +6. Carlos da Silva Mafra,   nasc. +/- 26 Nov 1864, Guaratuba, PR Encontrar todos indivíduos com eventos neste localfal. 5 Mar 1922 (Idade 57 anos)
    +7. Francisca da Silva Mafra,   nasc. +/- Out 1868   fal. Sim, data desconhecida
    +8. Alexandre da Silva Mafra,   nasc. 8 Jun 1871   fal. Sim, data desconhecida
     9. Júlia,   nasc. +/- Ago 1875   fal. Sim, data desconhecida
    +10. João da Silva Mafra,   nasc. 2 Mai 1877, Guaratuba, PR Encontrar todos indivíduos com eventos neste localfal. Sim, data desconhecida
    ID da família F000372  Ficha familiar  |  Diagrama familiar

  • Notas 
    • Famílias Históricas do Litoral Paranaense.
      A Família Miranda Coutinho.
      Ricardo Costa de Oliveira

      Resumo
      Reconstruímos aspectos das origens e da trajetória geográfica, social, econômica, cultural e política da família Miranda Coutinho do litoral do Paraná. Centramos a pesquisa nas primeiras gerações desta família e desenvolvemos alguns ramos específicos.
      Palavras-chave: genealogia, Paranaguá.



      Uma das mais interessantes pesquisas sociológicas é a reconstrução histórica das famílias em sua evolução e itinerário demográfico, geográfico, social, econômico, cultural e político. A reconstrução genealógica das famílias deve ser rigorosamente pautada em documentos e registros históricos nas mais diversas fontes. As fontes primárias são os registros civis, os livros eclesiásticos de batismos, casamentos, óbitos, os testamentos e inventários, as habilitações e dispensas matrimoniais, os livros notariais dos tabelionatos e cartórios, os documentos das irmandades religiosas e das misericórdias, os processos judiciais, os ofícios administrativos das mais diferentes autoridades políticas e administrativas, as listas e mapas de habitantes. Estes são os documentos fundamentais para a reconstrução genealógica de uma família. Uma segunda ordem de documentos essenciais é o conjunto das habilitações de genere, os processos do Santo Ofício, da Ordem de Cristo e de outras ordens honoríficas. As genealogias escritas, publicadas ou não, também podem ser relevantes ou não. Tradicionais genealogias escritas são informações auxiliares relevantes se apresentarem referências e citações das fontes primárias nas quais as informações foram obtidas, caso contrário, devem ser rigorosamente verificadas a partir dos documentos primários e secundários anteriormente mencionados. As fontes primárias podem estar erradas ou estarem deliberadamente falsificadas. Somente a comparação entre vários documentos primários pode ratificar ou retificar os dados das estruturas de parentesco e construir uma epistemologia científica da genealogia. O maior inimigo da cientificidade da genealogia é a conexão fundada em homonímias, quando se estabelece um parentesco pela simples homonímia entre dois indivíduos em termos de nome, sobrenome ou patronímico.
      Uma das mais importantes fontes arquivísticas para a realização destas pesquisas na nossa região é o Arquivo Público do Paraná, o Departamento Estadual de Arquivo Público do Paraná (DEAP). Os acervos são pouco conhecidos e carentes de indexação mais detalhada. Quem saberia dizer qual é o mais antigo documento do DEAP? Trata-se do testamento de Antonio da Fonseca Pinto , datado de 1673, na vila de Nossa Senhora da Graça do Rio de São Francisco. Na verdade é o remanescente do documento mais antigo do Sul do Brasil, feito no que é hoje em dia o Estado de Santa Catarina.
      A família Miranda Coutinho teve a sua origem no genearca Amaro de Miranda Coutinho. Quem foi Amaro de Miranda Coutinho? Existem pouquíssimos registros históricos de uma pessoa no início do século XVIII no Paraná.
      Amaro de Miranda Coutinho recebeu uma sesmaria ao sul de Paranaguá aos 6/11/1718. Localizada na paragem do Curral, de dimensão de 1 X 2 léguas (cerca de 70 quilômetros quadrados), Arquivo Nacional, Rio de Janeiro (Livro 23, folha 104, códice 77). Um ofício datado de 17 de julho de 1730 e com a seguinte assinatura: "O Cappitam Amaro de Miranda Coutinho. Juiz Ordinario e Orphãos nesta villa de Paranaguá e nella Ouvidor Geral pella ley e sua comarca" (Boletim do Arquivo Municipal de Curitiba. V.9, pg 61: 1924. Transcrito por Francisco Negrão). Amaro de Miranda Coutinho recebeu em 16/9/1743 uma segunda sesmaria no litoral paranaense localizada no Olho d'água, com a dimensão de uma légua quadrada (Marina Ritter . As Sesmarias do Paraná no Século XVIII, 225).
      O nome de Amaro de Miranda Coutinho também aparece no assento de casamento de seu filho Miguel de Miranda Coutinho, casado na Paróquia de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba em 27/9/1742 com Isabel da Silva de Carvalho, descendente das principais famílias da Capitania de São Paulo (Francisco Negrão. Genealogia Paranaense. V4, 211. Título Mateus Leme . Silva Leme. Genealogia Paulistana V3, 204. Título Prados . Ela era descendente do Capitão Povoador de Curitiba Mateus Martins Leme e do "aclamado" Amador Bueno). Com este assento também se conhece o nome da esposa de Amaro - Maria de Barros, de Paranaguá.
      No processo de genere do Padre Higino de Miranda Coutinho de 1797 (Arquivo da Cúria de São Paulo - 1-74-590), filho do Capitão Manuel de Miranda Coutinho e de Maria Serafina de Araújo, neto paterno do Capitão Miguel de Miranda Coutinho, natural e batizado aos 20/9/1709 em Paranaguá, e de Isabel da Silva, natural e batizada em Curitiba aos 10/7/1718, Amaro de Miranda Coutinho é dado como natural da Cidade do Porto.
      No processo de dispensa matrimonial de Rosa Maria de Miranda com José Bernardo Munhoz, em Paranaguá, 1795 (6-41-2075 - Arquivo da Cúria de São Paulo), temos a última batizada em Paranaguá em 8/3/1763, filha do Tenente Manuel de Miranda, de Paranaguá e de Antonia Roiz Pereira, neta paterna de Amaro de Miranda, natural da Cidade do Porto e de Maria de Barros, natural de Paranaguá e já defuntos. Neta materna de Antonio de Freitas Sobral. Observamos que existem poucos registros históricos sobre Amaro de Miranda Coutinho em fontes documentais primárias ou transcrições das fontes originais. Este processo de dispensa matrimonial indicava que havia consangüinidade em 4º misto entre os noivos, José Bernardo Munhoz e Rosa Maria de Miranda. O documento encontra-se em péssimo estado de leitura, bastante fragmentado e furado. O parentesco em comum se dava pelo fato de que Maria de Barros, esposa de Amaro de Miranda Coutinho, era irmã legítima de uma pessoa cujo nome está praticamente ilegível, aparentemente com o sobrenome de Almeida, e que era a mãe de Ana da Veiga (casada com Miguel da Rocha), avó de José Bernardo Munhoz (filho de Bernardo Antonio Munhoz, de Cádiz, Espanha e de Rosa Maria da Rocha. Neto paterno de João Munhoz e de Ângela Maria, de Cádiz. Neto materno de Miguel da Rocha, do Porto e de Ana da Veiga, de Paranaguá). O processo revela que Maria de Barros era de uma família (ainda desconhecida) presente em Paranaguá desde o século XVII. O documento também revela que "a mãe da oradora é mulher distinta e nobre na pobreza e não pode casa-la com pessoa de sua igualdade" como justificativa da consangüinidade.
      Há uma referência a um processo sobre o gado da família Miranda Coutinho e a destruição de algumas roças de mandioca nas praias ao Sul de Paranaguá, em um documento transcrito de um processo de 1737 (JP 1547, cx 74, DEAP, ano de 1789). O gado vacum era utilizado para o transporte nas 12 léguas entre Paranaguá e Guaratuba. O sítio de Amaro de Miranda Coutinho ficava localizado no Olho D'Água, sede de uma das suas duas sesmarias recebidas no litoral. João de Almeida é citado como primo irmão da mulher de Amaro de Miranda (fls. 60). Trata-se de novidade na genealogia paranaense essa rara referência a Maria de Barros, mulher do Capitão Amaro de Miranda Coutinho. Como eu havia também encontrado uma dispensa matrimonial com a referência ao nome de Almeida como o/a genitor/a de Maria de Barros (6-41-2075 - Arquivo da Cúria de São Paulo), constato que o parentesco dela é pela família Almeida. Seguindo Vieira dos Santos, o clássico pioneiro da história de Paranaguá, temos que um João de Almeida residia em 31/10/1733 no ponto dos Morretes , local então medido pelos oficiais da Câmara de Paranaguá e sede da futura vila de Morretes. De acordo com o mesmo Vieira dos Santos, temos que um João de Almeida assinou como eleitor na instauração da vila de Paranaguá em 1648 e também assina outro termo em 1655. A hipótese de trabalho é que o João de Almeida, em Morretes, seja o referido como o "primo irmão" de Maria de Barros, citado no documento transcrito de 1737. O primeiro João de Almeida, fundador da vila de Paranaguá deve ser o pai ou o avô do João de Almeida (o de Morretes) e de Maria de Barros (mulher do Amaro de Miranda de Coutinho). Uma das tarefas mais difíceis e complexas é a ligação do senhoriato de Paranaguá do século XVIII com os fundadores da vila em 1648, coisa que Francisco Negrão na sua Genealogia Paranaense quase que não conseguiu pela falta de documentação.
      Nas Ordenanças de Paranaguá de 1722 encontramos o Capitão Tomaz Ferreira de Almeida e o seu Alferes Amaro de Miranda (Cód. 238, 12-4-9), Arquivo Público de São Paulo. Nas Ordenanças de Paranaguá de 1733 temos em uma das unidades o Capitão João de Almeida, o Tenente Caetano Vieira e o Alferes Miguel de Miranda Coutinho (Arquivo Público de São Paulo. Cód. 347 - 97-2-13). O nome Almeida estava sempre do lado do nome Miranda Coutinho nas primeiras gerações deles nas ordenanças. Geralmente isto era indicação de parentesco próximo. O fato é que nas vilas coloniais os adventícios, para se tornarem bem sucedidos, casavam com as filhas dos "homens bons" já estabelecidos e formavam as conhecidas redes sociais entre estruturas de parentesco e poder político. E ainda temos o Jesuíta Padre João de Almeida, que com o seu colega Jesuíta Padre Afonso Gago, realizou a pioneira Missão até Laguna em 1609, uma das primeiras entradas no Brasil Meridional documentadas. Mas, aí já é homonímia excessiva para os nossos padrões metodológico-genealógicos de pesquisa.
      Há uma outra história envolvendo um Amaro de Miranda Coutinho em uma segunda estrutura de registros e que aponta para outra direção:
      Amaro de Miranda Coutinho, natural e batizado no Rio de Janeiro aos 8/5/1675 (Rheingantz , Primeiras Famílias do Rio de Janeiro, II, 605). Tratante (mercador). Preso em 6 de outubro de 1710, auto-de-fé de 26/7/1711. Pena de cárcere e hábito penitencial perpétuo. Era Cristão novo e foi preso pela inquisição, enviado para Lisboa e condenado juntamente com seis irmãos e sua mãe entre 1711 e 1713. Morava em Salvador, quando foi preso e enviado aos Estaús de Lisboa, com seu processo já microfilmado pelo Centro de História da Família da Igreja LDS (Processo de Amaro de Miranda Coutinho, 1711 = 784528 Item 2). Este Amaro era filho do Licenciado Aires de Miranda Henriques, natural da Bahia, Cotegipe, filho de Nuno Álvares de Miranda e de Leonor Rodrigues, plantador de cana no Rio de Janeiro, casado com Ana Gomes Coutinha em 28/12/1667 no Rio de Janeiro, na Igreja de São José (Rheingantz, II, 605). Este grupo está vinculado ao principal grupo marrano carioca, citado pela literatura dos judaizantes cariocas pelos Wolff no seu Dicionário dos Judaizantes , por Flávio Mendes Carvalho nas Raízes Judaicas do Brasil e por Alberto Dines no seu livro Vínculos do Fogo .
      O ponto de análise é que temos dois ou apenas um Amaro de Miranda Coutinho? O Amaro de Miranda Coutinho do primeiro registro é declarado como natural da Cidade do Porto. O Amaro de Miranda Coutinho do segundo registro é dado como natural e batizado no Rio de Janeiro em 8/5/1675. Duas hipóteses podem ser levantadas:
      1 - Trata-se de uma grande coincidência entre homônimos, sendo pessoas diferentes. 2 - Trata-se da mesma pessoa no seu cripto-itinerário dentro dos grupos de importantes cristãos novos na sua negociação e ocultamento com o Santo Ofício. Houve algum tipo de acordo entre Amaro de Miranda Coutinho e o Santo Ofício para recomeçar a sua vida em Paranaguá.
      O Capitão Amaro de Miranda Coutinho e sua mulher Maria de Barros tiveram pelo menos os seguintes filhos, todos moradores no litoral entre Paranaguá e São Francisco do Sul:

      1-1 Miguel de Miranda Coutinho

      1-2 Helena de Miranda Coutinho

      1-3 Agostinho de Miranda Coutinho

      1-4 Manoel de Miranda Coutinho

      1-5 Maria de Miranda Coutinho

      1-6 Amaro de Miranda Coutinho

      1-7 Marta de Miranda Coutinho

      1-8 Isabel de Miranda Coutinho


      1-1 Miguel de Miranda Coutinho, batizado em Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá, 20/9/1709 (informação contida no processo de genere de seu neto Higino de Miranda Coutinho, uma vez que os livros eclesiásticos de batismos de Paranaguá remanescentes só começam no final do século XVIII). Casado em Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba, em 27/9/1742, com Isabel da Silva, filha do Capitão João Carvalho de Assunção e de Maria Bueno da Rocha. Miguel de Miranda Coutinho faleceu em Guaratuba, atual litoral paranaense, em junho de 1793. "Foi o tronco originário das principais famílias que formaram o crescimento demográfico de Guaratuba, com preponderância tanto na vida administrativa como também na comercial e agrícola". (Joaquim da Silva Mafra. História de Guaratuba, 86-89). Ainda hoje (2005) os seus descendentes em linha masculina, com o mesmo nome de Miranda, continuam a morar na mesma praça central de Guaratuba, quase 250 anos no mesmo terreno, fato bastante raro no Brasil.
      Conseguimos encontrar um documento sobre parte do provável dote de sua esposa - Bens recebidos pelo Capitão Miguel de Miranda Coutinho, morador da vila de Paranaguá, como dote por seu sogro, o Capitão João Carvalho de Assunção (Curitiba, ano de 1769. Juízo de Órfãos. Autos Cíveis de vista entre partes. Matheus de Souza Fagundes e Quitéria Maria de Jesus. Réu o Capitão Miguel de Miranda Coutinho. DEAP-PR): Meia légua de campo, 50 reses, 2 touros, 5 éguas, um moleque de idade de 16 anos, uma negra velha por nome Izabel, uma rapariga por nome Caterina de idade de 12 anos, outra por nome Juliana de idade de 9 anos, uma saia e um manto de seda preto, um cordão de ouro de 24 oitavas e brincos e mais jóias, que pesou tudo 32 oitavas, 8 colheres de prata, cada uma a 7 oitavas, 1 tacho de cobre com dez litros.
      O Capitão Miguel de Miranda Coutinho foi um dos fundadores da vila de Guaratuba (a terceira vila mais antiga do atual Paraná) em 1771 e a sua família seria central na política em Guaratuba. No processo de genere de seu neto Higino encontra-se o depoimento de que ele também andou minerando ouro na região da Serra do Mar.

      Filhos do Capitão Miguel de Miranda Coutinho e de Isabel da Silva:

      1-1-1 José
      1-1-2 Manoel, Capitão-Mor de Guaratuba.
      1-1-3 João
      1-1-4 Joaquim
      1-1-5 Maria
      1-1-6 Francisco


      1-1-1 José de Miranda Coutinho. Nasceu por volta de 1742 em Paranaguá e faleceu em 1812 em São Francisco do Sul. Tinha dezessete filhos no seu testamento, de dois casamentos. Provedoria da Comarca de Paranaguá e Curitiba. Documento nº 4652. Rio de São Francisco, ano de 1813. Tenente José Antonio de Miranda, testamenteiro. José de Miranda Coutinho, falecido, testador. Arquivo do 1º Civel de Curitiba (DEAP-PR).


      Testamento de José de Miranda Coutinho datado de 11/3/1812. Testamenteiros: A meu filho Tenente Quartel Mestre José Antonio de Miranda, a meu filho Bento de Miranda e em terceiro ao meu genro Senhor Alferes Salvador Gomes de Oliveira. Sou natural da vila de Paranaguá, filho legítimo do Capitão Miguel de Miranda Coutinho e de Dona Isabel da Silva, já falecidos. Fui casado a 1ª vez nesta vila com Dona Ana Fernandes de cujo matrimônio se acham vivas cinco filhas, quatro casadas e uma viúva e todas estas já herdaram e receberam não só o que lhes tocou de sua falecida mãe como o que lhes havia de tocar de mim. Declaro que sou casado a Segunda vez nesta vila com Dona Clara Correia, de cujo matrimônio tivemos doze filhos, a saber seis machos e seis fêmeas até o fazer deste testamento os quais declaro e constituo como meus legítimos e universais herdeiros. Premiar o meu testamenteiro com 25$600. Declaro que quando casei minha filha Dona Rita com o senhor Alferes Salvador Gomes de Oliveira lhe dei um dote de casal de escravos e outras cousas que tudo consta de um papel lhe dei, com o qual será obrigado a entrar no monte. Declaro que meu filho Quartel Mestre José Antonio de Miranda teve em seu poder um escravo pequeno crioulo meu que lhe dei para o servir o qual morreu por isto a dito meu filho a nada é obrigado porque o escravo nunca foi seu e por isso é que lhe corria o risco. Sou casado em carta de metade e a minha mulher receberá a metade. Declaro que os bens que possuo são escravos, terras e casas nesta vila. Declaro que é minha vontade que seja tutor de meus filhos e filhas órfãos meu filho Quartel Mestre José Antonio de Miranda. Declaro que ao fazer este testamento não devo nem um vintém a pessoa alguma. Aprovação. Assinada por Joaquim José de Oliveira, tabelião, Diogo Gomes, José Gomes Touguinho, Jacinto José de Sousa. Aos 30/6/1812 foi sepultado José de Miranda Coutinho, de setenta anos de idade, casado com Clara Maria de Jesus. Vigário Bento Barbosa de Sá Freire de Azevedo Coutinho. Terça do falecido : 373$473
      José de Miranda Coutinho foi da governança de São Francisco do Sul várias vezes. Juiz Ordinário em 1777. Um José Miranda Coutinho aparece como Tenente no cerco de 1762 na Colônia do Sacramento (Varnhagen. História Geral do Brasil. Notas da seção XLIV - obs. de Antonio Roberto Nascimento).

      José de Miranda Coutinho teve 17 filhos. Desenvolvemos aqui apenas a linha de Rita Clara de Miranda, casada com o Capitão Salvador Gomes de Oliveira (meus 4° avós), em São Francisco do Sul.

      1-1-1-1 Rita Clara de Miranda. Casada com o Capitão Salvador Gomes de Oliveira, inventariado em São Francisco do Sul. Processo de Inventário datado de 09/10/1850 (Pesquisado por Denize Aparecida da Silva. Fórum de São Francisco do Sul). Inventariante: D. Rita Clara de Miranda - a viúva. Salvador Gomes de Oliveira foi Presidente da Câmara Municipal de São Francisco do Sul.

      Herdeiros:
      1 - D. Maria já falecida foi casada com Miguel Miranda Coutinho por ela seus filhos Maria casada com Manoel Pereira Lima e Roza casada com Francisco José de Oliveira.
      2 - D. Anna casada com o co-herdeiro João Jacinto da Silva Pereira.
      3 - D. Ritta casada com o co-herdeiro José Fernandes de Oliveira.
      4 - O Alferes José Gomes de Oliveira de idade de 40 anos.
      5 - D. Antonia casada com o co-herdeiro José Joaquim de Souza.
      6 - Manoel José Gomes de Oliveira casado.
      7 - O Capitão Crispim Gomes de Oliveira casado.
      8 - D. Bárbara casada com o co-herdeiro Joaquim José Tavares.
      9 - João Gomes de Oliveira solteiro de idade de 26 anos.

      Lista dos escravos:
      Nº do Escravo Nome do Escravo Sexo Procendencia Idade Preço
      1 tomaz m Nação 450.000
      2 gonçalo m Crioulo 500.000
      3 vicente m nação 350.000
      4 antonio m nação 400.000
      5 joaquim m nação 400.000
      6 luiz m nação 500.000
      7 pedro m Crioulo 18 450.000
      8 andré m Crioulo 400.000
      9 miguel m Crioulo 11 350.000
      10 gregorio m Crioulo 8 260.000
      11 ana f nação 150.000
      12 maria f nação 250.000
      13 agostinha f nação 350.000
      14 rita f Crioulo 35 400.000
      15 henriqueta f nação 350.000
      16 sebastião m Crioulo 4 m 40.000
      17 tereza f Crioulo 20 450.000
      18 hengracia f Crioulo 11 300.000
      19 teodora f Crioulo 10 280.000
      20 custodia f Crioulo 8 220.000
      21 benta f Crioulo 2 120.000
      22 veronica f Crioulo 2 120.000
      23 clara f Crioulo 6 m 40.000

      Monte Mor: 18:180$640 Monte Liq: 10:025$150.

      Obs: Ainda sobre a lista dos bens um outro dado chamou a atenção, "uma Sesmaria de terras na paragem Paranaguamirim que diz ter novecentos e vinte e cinco braças de fundo e de frente hum mil e trezentas braças... importa na quantia de 925$000." Constava também casa na cidade, roças, muitas canoas e um engenho de farinha de mandioca. Fiz cópia da partilha dos escravos e anotei que os escravos crioulos André e Theodora ficaram para João Gomes de Oliveira(meu trisavô RCO). Informações pesquisadas pela historiadora Denize Aparecida da Silva.


      1-1-2 Manoel de Miranda Coutinho, Capitão-Mor de Guaratuba (filho do Capitão Miguel de Miranda Coutinho e de Isabel da Silva), batizado em Paranaguá em 27/4/1753, casado na mesma vila em 24/11/1779 com Maria Serafina de Araújo, natural de Paranaguá, batizada em 7/4/1766, filha do Tenente Joaquim Xavier de Araújo Morais, natural de Paranaguá e também lá casado em 2/3/1765 com Ana Maria Matoza, natural de Paranaguá. Neta paterna de Francisco de Araújo, natural de Lisboa e de Inácia de Morais, natural de Paranaguá (filha de Pedro de Moraes, natural da Ilha de São Jorge e de Catarina de Sene, natural de Paranaguá); neta materna de Manuel da Cunha, natural de Curitiba (filho de Tomaz Fernandes, natural de São Paulo e de Catarina de Almeida, natural de Paranaguá) e de Maria Vieira (filha de Antonio Colaço, natural de São Francisco do Sul e de Maria Correia, natural de Paranaguá). Informações no Processo de Genere de Higino de Miranda Coutinho (Arquivo da Cúria de São Paulo).
      Em 30/8/1812 faleceu Dona Maria Serafina de Araújo, realizando-se o inventário dos bens do casal. O montante alcançou 4:491$000, com terras no Buguassú (1.500 braças), no Cedro (meia légua), casas de morada, paióis, animais, canoas de grande porte, jóias de ouro, prata, escravos. O inventário revela a vida material da elite daquela região na virada do século XVIII/XIX A descrição dos bens do Capitão-Mor Manoel de Miranda Coutinho é um dos mais importantes documentos sobre a vida material dos grupos superiores no litoral:

      Ouro Lavrado - Foi visto e avaliado pelos ditos avaliadores hum caxilho com sua corrente de cordão ou Xadrez com peso de vinte e hua oitavas e tres quartas e quatro grãos, no valor de trinta mil quinhentos e trinta e seis reis ............................ 30$536 reis.
      Outro dito caixilho com sua corrente de xadrez ou fuzil com peso de 24 oitava, tres quartos e quatro grãos no valor de Rs ................................... 34$822 reis.
      Um par de botões grandes de peito, com peso de 9 oitavas e meia 4 grãos no valor de .............................................................................. 13$472 reis.
      Um laço de pescoço, com peso de três oitava e 4 grãos, no valor de ........................................................................................ 5$072 reis.
      Uma imagem de N.S. da Conceição, de pescoço, com peso de 7 oitavas e meia e seis grãos, no valor de......................................................................................10$236 reis
      Sete botões de atacar colete ou aperto com 3 oitavas e três quartos no valor de.............................................................................................. .5$250 reis.
      Um par de brincos pingentes, grandes, de orelha com peso de 6 oitava e ¾, avaliados por .............................................................................. 9$450 reis.
      Um par de botões ordinários, de peito, com peso de 3 oitavas e 4 grãos, no valor de .............................................................................................. 5$072 reis.
      Dois pares de botões de punho ambos parceiros, com peso de duas oitavas e meia e quatro grãos no valor de ................................................... 3$672 reis.
      Uma gargantilha ou colar de pescoço, com peso de quatro oitavas, no valor de .............................................................................................. 5$600 reis.
      Um par de brincos pingentes pequenos, com peso de três oitavas e ¾ e 4 grãos.......................................................................................... 5$508 reis.
      Dois pares de botões de punho, ordinários, com peso de 4 oitavas e 4 grãos........................................................................................... 5$772 reis.
      Uma imagem de N. S. da Conceição, pequena para pescoço, com peso de meia oitava ........................................................................................ $732 reis.
      Outra imagem de N. S. da Conceição, pequena de pescoço, com meia oitava, no valor de ..................................................................................... $700 reis.
      Uma cruz lisa, para rosário ou peito, com peso de uma oitava no valor de .............................................................................................1$400 reis.
      Um par de brincos pingentes ordinários, novos, sem uso, com peso de 4 oitavas e 4 grãos, no valor de ...................................................................... 8$600 reis.
      35 contas de pescoço com peso de uma oitava e seis grãos, avaliados por ..........................................................................................1$658 reis.
      Uma corrente fina, com vara e meia polegada e meia de comprimento, com peso de cinco oitavas e meia no valor de ...................................... 7$700 reis.
      Uma corrente fina com o mesmo comprimento com o peso de 5 oitavas e 5 grãos..................................................................................... 7$522 reis.
      Uma corrente fina, com o mesmo comprimento, com cinco oitavas e meia, no valor de ................................................................................. 7$700 reis.
      Uma corrente fina, com o mesmo comprimento, com cinco oitavas e meia e 6 grãos no valor de ................................................................... 7$608 reis.
      Um par de brincos de 3 laços antigos, com peso de duas oitavas e ¾, no valor de ..........................................................................................3$850 reis.
      Um par de brincos, com peso de ? e 4 grãos no valor de ................... 1$572 reis.
      Outro brinco com peso de 18.a ......................................................... 1$400 reis.
      Outro dito, ? e meia e 4 grãos ........................................................ 1$92 reis.
      Uma colher grande, de servir mesa, de tirar cozinha, inda nova, com peso de 37 oitavas ......................................................................................... 4$440 reis.
      Um coco de beber água, de prata, com peso de 182 oitavas, no valor de ............................................................................................ 12$200 reis.
      Dois talheres iguais, com padrão, com diferença em um garfo que tem um traço nas costas do cabo, com peso 55 oitavas e meia .............................. 6$180 reis.
      Dois talheres de padrão iguais com dois traços pelas costas do cabo, com peso de 57 oitavas e meia no valor de ........................................................ 6$537 reis.
      Dois talheres do mesmo padrão, com 3 traços pelas costas do cabo, com 49 oitavas .....................................................................................5$880 reis.
      Seis talheres já com uso, peso de14. Oitavas no valor de ............. 14$800 reis.
      Dez talheres de mesa, com suas folhas de ferro, todas com peso de 157 oitavas..................................................................................... 18$900 reis.
      Uma salva pequena, de três pernas, em bom uso, com peso de 31 oitavas ..................................................................................... 3$720 reis.
      COBRE - Um forno de 4 palmos em quadra, com peso de 31 oitavas, no valor de ................................................................................................. 13$640 reis.
      Outro forno de três palmos e gênero, peso 30 libras em bom estado, avaliado por .................................................................................................13$200 reis.
      Um taxo grande, em bom uso, com peso de vinte e seis libras, no valor de ...................................................................................................10$400 reis.
      Outro taxo ordinário, com bom uso, com peso de 9 libras, avaliados por ................................................................................................. 3$600 reis.
      Outro taxo pequeno de águas, em bom uso, com peso de duas e meias libras .............................................................................................. 1$000 reis.

      BENS MOVEIS NA VILA:

      Uma mesa de cedro com pernas e guardas de araribá com 6 palmos de comprimentos 21/2 de largo com 2 gavetas e suas fechaduras e argolas de pucras, avaliada por .............................................................. 6$400 reis.
      Outra mesa de cedro com pernas de araribá, com 6 palmos de comprimento e 3 e meio de largo ........................................................................ 2$000 reis.
      Outra mesa de cedro com 4 palmos de comprimento com uma gaveta.................................................................................. 1$280 reis.
      Uma dúzia de cadeiras poltronas, todas de um padrão cada uma a $600 reis........................................................................................ 7$200 reis.
      Meia dúzia de cadeiras de encosto, madeira da terra, em bom uso, cada uma a $320 ...................................................................................... 1$920 reis.
      Um catre de casado, com sua armação de madeira da terra, inda nova no valor de.......................................................................................... 5$000 reis.
      Cinco catres de vários feitios, todos de madeiras da terra, com bom uso .........................................................................................10$000 reis.
      Uma caixa de cedro com 5 e meio palmo, com sua fechadura forte, ..3$0000 reis.
      Um catre de madeira da terra ....................................................... 5$000 reis.
      Uma arca, com sua pergona amarela, com duas fechaduras, no valor de .............................................................................................. 1$600 reis.
      Uma bolandeira com sua roda de ralar, com sua ferramenta, de latão, em uso, um coxo de braça e meia de comp. E 3 palmos e 2 dedos de boca ....... 8$000 reis.
      Uma prensa boa, somente com o fuzo rachado ............................. 3$000 reis.
      Outra prensa com a concha trincada ............................................ 3$500 reis.
      Um coxo de garajuba com 3 braças e meia de comp. E 3 palmos de boca .......................................................................................... 1$600 reis.
      Um carro de bois, com seus pertences ......................................... 4$000 reis.
      Três vacas carauna e uma pintada , todas parideiras cada uma no valor de 4$000........................................................................................ 16$000 reis.
      Outra vaca carauna, velha ........................................................ 3$840 reis.
      Duas novilhas carauna de 2 p/ 3 anos .......................................... 6$000 reis.
      Três bezerros de sobreano a 1$000 ............................................ 3$000 reis.
      Uma canoa de Guaracuí, bordada, c/ sua coberta e e escotilhas com 7 e meia de com. E 5 e meio palmos de boca, com suas palamentas e velas no valor de...40$000 reis.
      Outra canoa bordada, com seis braças de comp. e 4 palmos de boca, no valor de .......................................................................................10$0000 reis.
      Uma arma bragueza, com seus pertences de ferro, coronha romana, no valor de ..................................................................................... 5$000 reis.
      Outra arma Tocoarí, coronha romana, vareta de ferro com 2 anéis de latão ................................................................................... 5$500 reis.
      Outra dita arma curta, cano de Bronze,) embraçadeiras de prata, com sua chapa de prata no coice no valor de ................................................ 4$000 reis.
      Uma marreta de ferro coado ................................................ 1$000 reis.
      Outra marreta de ferro batdo ............................................... 5$000 reis.
      Duas rodas de ralar mandioca, com suas ferragens, de cobre, sem repicar, com seus veios de ferro, com armação de madeira ....................... 12$800 reis.
      Duas prensas para massa .................................................... 8$000 reis.
      Um cocho grande, debaixo das duas prensas ......................... 2$560 reis.
      Uma canoa de canela c/ 4 braças e meia de comp. e 3 palmos e 3 dedos de boca .................................................................................. 12$000 reis.
      Um carro de bois com seus pertences .................................. 4$000 reis.
      FERRAMENTAS - Tres foices em bom uso a ........................... $600 reis.
      Mais 3 foices a 320 ............................................................... $960 reis.
      Cinco machados, no valor de .............................................. 2$880 reis.
      Nove enxadas, no valor de ................................................. 4$200 reis.
      Quatro vacas carunas parideiras ........................................ 16$000 reis.
      Uma vaca vermelha meia idade ......................................... 4$000 reis.
      Uma vaca moura, com sua cria .......................................... 4$000 reis.
      Duas novilhas de 2 para 3 anos ......................................... 6$000 reis.
      Duas novilhas caraunas e vermelha ................................... 4$800 reis.
      Uma junta de bois carreiros Mouro .................................... 6$000 reis.
      Um cavalo Zaino andador ............................................... 6$400 reis.
      Uma égua castanha andadeira .......................................... 5$000 reis.

      ESCRAVOS - Um escravo criolo, de nome Miguel, casado, com 55 anos de idade com curiosidade de pedreiro falquejador e serrador ......................... 110$000 reis.
      Uma escrava Francisca, mulher do dito Miguel, com 40 anos, no valor de ............................................................................................... 90$000 reis.
      Uma escrava criola, viuva, Maria, 32 anos ..................................... 100$000 reis.
      Outro escravo Severino, 35 anos .................................................... 100$000 reis.
      Escrava Ana, mulher do Severino .................................................. 108$88 reis.
      Um escravo Polidoro, criolo, solteiro, 35 anos, falquejador e serrador de cima .............................................................................................115$000 reis.
      Um escravo Benedito solt. 22 anos .................................................. 75$000 reis.
      Um escravo Paulo, 20 anos ............................................................. 112$000 reis.
      Um escravo José, 10 anos ............................................................... 70$000 reis.
      Um escravo Gregorio, 9 anos ............................................................ 64$000 reis.
      Um escravo Luiz, 10 anos ................................................................. 72$000 reis.
      Um escravo Salvador, 6 anos ........................................................... 50$000 reis.
      Um escravo André, 2 anos ............................................................... 25$600 reis.
      Uma escrava Margarida, 17 anos .................................................... 102$200 reis.
      Uma escrava Damázia, 15 anos ...................................................... 100$000 reis.
      Uma escrava Teresa 14 anos .......................................................... 99$000 reis.
      Uma escrava Dominga, 13 anos ...................................................... 98$000 reis.
      Uma escrava Luiza, 11 anos ............................................................. 96$000 reis.
      Uma escrava Paula, 11 anos ............................................................. 92$000 reis.
      Uma escrava Leonarda, 6 anos ........................................................ 50$000 reis.
      Uma escrava Rita, 4 anos ................................................................ 40$000 reis.

      Farinha do Paiól - Trezentos alqueires de farinha, cada alqueire avaliado a $640 reis ......................................................................................... 192$000 reis.
      Duas roças de mandiocas, de ano, uma de coivara e outra de coivarinha, de 2.a, plantação, ambas avaliadas pela metade do seu valor, atendendo o trabalho de limpeza e beneficiar, regulado em 750 alqueires, cada alqueire a $560 reis,importa em .................................................................420$000 reis.

      BENS DE RAIZ EM TERRAS - Uma moradora de casas de pedra e cal, sita na Rua Direita n.º 11, com sete portas na frente, e todas com suas ferramentas e dobradiças; e três com fechaduras e três rótulas, com seus repartimentos por dentro, nas quais tem 8 portas com cinco fechaduras; as salas, alcovas, e corredor, assoalhados e forrados; com sua varanda e cozinha fora e toda murada em roda, no valor de ........................................................... 300$000 reis.
      Uma casa na rua intitulada quatro Cantos, com frente de pedra e cal e seis portas nas duas frentes todas com suas ferragens e duas com suas fechaduras; e por dentro dose portas, todas com ferragens e duas com fechaduras, com seu quintal amurado e seu portão com ferragem tudo no valor de ............................................................ 12$00 reis.
      Um chão pegado à mesma com frente para a Praça, com parede da frente de pedra e cal, com seus portais de madeira e soleira de pedra, com dois pilares e algumas pedras e sete linhas de madeira que se acham na rua da frente dos mesmos chãos, Valor ....................................20$000 reis.
      Uma morada de casa velha na rua do porto, coberta de palha, com portas janelas e 2 fechaduras ............................................. 5$000 reis.
      Duas moradas de casas sitas em Paranaguá conforme a precatoria da avaliação apensa ........................................................ 10$000 reis.
      Pela mesma portaria, avaliada uma mesa grande, feita na Bahia, avaliada por ................................................................................. 2$000 reis.
      Na mesma Vila de Paranaguá, seis cadeiras .................... . 6$000 reis.

      O Capitão Mór Manoel de Miranda Coutinho, na qualidade de tutor dos filhos menores, propôs ao Juiz de Órfãos a troca da escrava Maria, já velha, partilhada ao filho menor Francisco, considerados os bons serviços prestados por ela ao suplicante, a quer libertar, para o que dá como dado tem ao seu filho, uma escrava de nome Paula, com uma cria, de nome Eugenia, no valor de 102$400 reis, de sua terça, em troca da dita escrava Maria, ficando a mesma liberta. Como esta troca é vantajosa para o dito herdeiro por ser a escrava Maria muito velha de onde não resulta aumento algum ao dito herdeiro, e a Paula, moça e já com aumento de uma cria, por isso, pediu ao Juiz fosse servido o seu respeitável deferimento. (Transcrito por Joaquim da Silva Mafra. História do Município de Guaratuba : 1952, 90-95).

      O Capitão-Mor Manoel de Miranda Coutinho e Dona Serafina tiveram pelo menos os seguintes filhos, de acordo com as Listas de Habitantes de Guaratuba:


      1-1-2-1 Higino, Padre
      1-1-2-2 Crispim, Capitão-Mor de Guaratuba. No início da década de 1830 possuía mais de 30 escravos.
      1-1-2-3 Ana
      1-1-2-4 Maria
      1-1-2-5 Joaquina
      1-1-2-6 Candido
      1-1-2-7 Maria
      1-1-2-8 Inácia
      1-1-2-9 Isabel
      1-1-2-10 Manoel
      1-1-2-11 Francisco

      Ainda estava vivo em 1824 o Capitão-Mor reformado Manoel de Miranda Coutinho.
      Seguem as idades dos filhos do Capitão-Mor Manoel de Miranda Coutinho e Dona Maria Serafina de Araújo, de acordo com as Listas de Habitantes de Guaratuba:

      Na Lista de 1801:

      Manoel de Miranda Coutinho - 49 anos, 19 escravos
      Maria Serafina - 35 anos
      Higino - 20 anos, clérigo em Paranaguá
      Crispim - 18 anos, Alferes
      Ana - 13 anos
      Maria - 11 anos
      Joaquina - 9 anos
      Candido - 6 anos
      Maria - 5 anos
      Inácia - 3 anos
      Isabel- 3 anos

      Em 1805 entra o filho Manoel com 2 anos
      Em 1809 entra o filho Francisco com 3 anos

      Na Lista de 1817 Manoel de Miranda Coutinho tinha 24 escravos.

      Um documento da antiga 1ª Cível, agora no DEAP-PR, doc. 2104 do ano de 1787 descreve que Manoel de Miranda Coutinho possuía mais de 20 redes com "malha grande", prejudicando alguns moradores. Manoel de Miranda Coutinho "a custa da sua muita diligência fabrica algumas arrobas de peixe grosso e que vende para poder sustentar a sua casa e juntamente mais alguma possibilidade para que atualmente está servindo com canoas, cavalos e passagens não só a S. Majestade como aos particulares". A praia entre Paranaguá e São Francisco do Sul era uma das principais "estradas" do Brasil Meridional.

      1-1-2-6 Candido José de Miranda, Sargento-Mor, casado com Dona Ana Rosa de Miranda
      1-1-2-6-1 Norberto José de Miranda, casado com Dona Maria dos Anjos Correia, filha de Domingos Correia de Freitas e de Josefa Leite Bastos (GPr III, 375).
      1-1-2-6-1-1 Monsenhor Lamartine Correia de Miranda. Nascido em Guaratuba em 1871.Vigário Capitular da Arquidiocese de Curitiba. Faleceu em 7/8/1954.

      1-1-3 João de Miranda Coutinho, filho do Cap. Miguel de Miranda Coutinho e de Dona Isabel da Silva). Ação de libelo cível do ano de 1800 (DEAP). João de Miranda Coutinho da vila de Guaratuba foi notificado e citado pelo Alcaide do Rio de São Francisco do Sul, Luiz Antonio Correa, em uma ação movida por Miguel Francisco, morador em Guaratuba, por cabeça de sua mulher Maria Martins. João de Miranda Coutinho estava ausente no sítio do seu irmão Francisco de Miranda Coutinho em São Francisco do Sul e assinaria um termo de composição em 7/7/1800 referente ao pagamento de 40 mil réis para a criação de Joaquina, sua filha natural, então com cinco anos de idade. Trata-se de documento raro. Uma ação de pagamento para a criação de uma filha natural havida em mulher de diferente condição. Deve ter sido o empenho das autoridades da Ouvidoria no caso. Interessante é que o João de Miranda Coutinho passou para o sítio do seu irmão Francisco de Miranda Coutinho, em São Francisco do Sul e foi acionado a pagar uma quantia razoável para a época. O Capitão-Mor de Guaratuba na época era o Manoel de Miranda Coutinho, irmão dos envolvidos.

      João de Miranda Coutinho era morador em Guaratuba, participou da governança da vila. Casou com Ana Silva de Freitas, filha do Tenente Francisco José de Freitas Castro e de Dona Úrsula da Silva. Filhos legítimos (lista apresentada por José Carlos Miranda- Zézinho, a partir das pesquisas de Joaquim da Silva Mafra) :

      1-1-3-1 João de Miranda Coutinho
      1-1-3-2 Felisberto
      1-1-3-3 Alexandrina
      1-1-3-4 Ana Antonia

      1-1-4 Joaquim de Miranda Coutinho. Comprou de seu pai, Miguel de Miranda Coutinho, a atual praia inteira de Caiobá, hoje um dos mais importantes balneários do Paraná, o mais caro em termos de solo e que pertencia integralmente à família Miranda Coutinho no século XVIII. "A 20 de maio de 1787, o Capitão-Mor Miguel de Miranda Coutinho e sua mulher Isabel da Silva fazem venda a seu filho Joaquim de Miranda Coutinho pelo preço de 25$000, das terras de suas propriedades sitas na Barra do Rio Guaratuba denominadas "Caiová", cujas terras principiam no cume do morro da estrada que vem para a "Esprainha" correndo à mesma para a parte do norte em a parage chamado o Matinho" (Joaquim da Silva Mafra. História do Município de Guaratuba : 1952, 113).

      Provedoria Geral da Comarca de Paranaguá e Curitiba. Documento nº 5388. Guaratuba, ano de 1827. Ursula da Costa Resende, testamenteira do falecido seu marido Joaquim de Miranda Coutinho. Arquivo do 1º Civel de Curitiba. Testamento de Joaquim de Miranda Coutinho, datado de 3/6/1821.

      Nesta paragem denominada Cayoba, distrito da vila de São Luiz de Guaratuba. Declaro que sou natural da vila de Paranaguá, filho legítimo do Capitão Miguel de Miranda Coutinho e de sua mulher Izabel da Silva já falecidos. Declaro que sou casado com a senhora Ursula da Costa de cujo matrimônio não tivemos filhos.Declaro que deixo a Felizardo uma sorte de terras neste mesmo lugar do Córrego Seco até o Rio Guvidibaquera e tudo a minha afilhada Derfina. Deixo meu espadim de prata a Felizardo. Declaro que tenho na mão de meu sobrinho José Gonçalves 11 doblas. Para servir nas Missas e ofertas aos pobres. Para testamenteiro o Capitão-Mor Manoel de Miranda Coutinho, minha mulher e a Antonio dos Santos Bueno. Deixo forra minha mulatinha Ana e a escrava Rufina encostada a sua senhora. Faleceu Joaquim de Miranda Coutinho a 10/12/1821. Vigário Francisco de Paula Miranda Henriques. Felizardo Bernardo, assinava em cruz. Felisberto de Miranda (cruz) recebeu algumas roupas. Delfina Maria (cruz), afilhada, recebeu terras Guaraituba. Antonio de Miranda (cruz), afilhado, recebeu um cultivado de terras em Guaraituba.


      1-1-5 Maria de Jesus de Miranda, natural de Paranaguá. Casou com José Gonçalves Lopes, natural de Nossa Senhora da Conceição de Gralhas, termo da vila de Monte Alegre, Braga, Portugal, filho de Bartolomeu Gonçalves e de Maria Lopes (registro de Isabel Gonçalves de Miranda no processo de genere do Padre Antonio Gonçalves Marques). Inventário de José Gonçalves Lopes (processo 4065, caixa 199 - DEAP), com testamento datado de 1804.

      Filhos:

      1-1-5-1 Isabel
      1-1-5-2 Miguel Gonçalves de Miranda. Ajudante (GPr-5, 178). Casado com Maria Isabel do Carmo.
      1-1-5-3 Maria, falecida no testamento de seu pai. Foi casada com Ignácio do Amaral e tiveram a filha Demétria.
      1-1-5-4 Joana
      1-1-5-5 José
      1-1-5-6 Úrsula
      1-1-5-7 Eufrásia, consta como aleijada no testamento de seu pai.
      1-1-5-8 Ana

      1-1-5-1 Isabel Gonçalves de Miranda, nasceu em Guaratuba em 7/9/1782 e foi batizada ao 15/9/1782. Filha de José Gonçalves Lopes e de Maria Jesus de Miranda. Neta paterna de Bartolomeu Gonçalves e de Maria Lopes e neta materna do Capitão Miguel de Miranda Coutinho e de Dona Isabel da Silva. Padrinhos Francisco de Miranda Coutinho, solteiro e Ana Teixeira Marinho, mulher de Custódio Rodrigues. Isabel Gonçalves de Miranda casou em Paranaguá, em 22/11/1810, com Manoel Marques de Jesus, natural de Albergaria Velha, Aveiro, Portugal, filho de Alexandre Ferreira Marques e de Ana Rodrigues Martins (Arquivo da Cúria de São Paulo - Estante 2, Gaveta 80, número 1459, ano de 1845. Processo de genere do Padre Antonio Gonçalves Marques).

      1-1-5-1-1 Manoel Gonçalves Marques. Batizado em 2/11/1811. Comerciante em Morretes e Porto de Cima. Comendador da Ordem de Cristo e da Rosa. Tenente-Coronel da Guarda Nacional. Foi Deputado Provincial na primeira Assembléia Legislativa do Paraná em 1854. Faleceu em Paranaguá em 6/8/1880 (Maria Nicolas, 130 Anos de Vida Parlamentar Paranaense. Genealogia Paranaense, V5, 182).

      1-1-5-1-2 Antonio Gonçalves Marques. Batizado em Paranaguá em 26/8/1817 (Livro 9, 111). Por padrinho José Gonçalves de Miranda e sua mulher Maria Isabel. Padre (Processo de genere, ano de 1845 / 2-80-1459. Microfilme 1251312 LDS). Em 1845 possuía 1400 braças de terras em Paranaguá no lugar denominado de Olho d'água, parte ao sul com o Ajudante Miguel Gonçalves de Miranda e ao norte com terras de Joaquim José Tavares, frente com o mar grosso, que lhe deram seus pais Manoel Marques de Jesus e Isabel Gonçalves de Miranda (fl. 44). Foi padre em Paranaguá, onde faleceu em 28/9/1854 (Negrão, GPr-5, 187).

      1-1-5-1-3 Anna Gonçalves Marques (GPr- 5,184). Casada com José Luiz de Barros

      1-1-5-1-4 Maria Gonçalves Marques (GPr-5, 188). Batizada em Paranaguá aos 2/10/1819. Casada em 12//12/1843 com José da Cunha Marques, filho de José Marques da Cunha e de Maria Joaquina de Aleluia.

      1-1-5-1-5 José Gonçalves Marques (GPr-5, 188). Batizado em Paranaguá, nascido aos 24/10/1821.
      1-1-5-1-6 João Gonçalves Marques (GPr-5, 188). Batizado em Paranaguá aos 4/7/1813, Capitão.


      1-1-6 Francisco de Miranda Coutinho. Natural de Paranaguá. Passou para São Francisco do Sul, com sesmaria no Rio do Piraí e terras na frente do chamado "Pão de Açúcar". Capitão das Ordenanças. Foi Juiz de Órfãos em São Francisco do Sul em 1818 e ocupou os cargos da governança da referida vila. Casou com Ana Jacinta Pereira, filha de Gabriel Pereira do Bonsucesso, natural de Paranaguá e de Ana Jacinta da Costa, natural da Colônia do Sacramento.

      O casal teve os seguintes filhos, de acordo com pesquisas de Antonio Roberto do Nascimento, o precursor da investigação genealógica em São Francisco do Sul:


      1-1-6-1 Maria Jacinta de Miranda
      1-1-6-2 Francisco de Miranda Coutinho
      1-1-6-3 Miguel de Miranda Coutinho
      1-1-6-4 Cândida Maria de Miranda
      1-1-6-5 Maria Clara de Miranda
      1-1-6-7 Joaquim
      1-1-6-8 Maria Rosa


      1-2 Helena de Miranda Coutinho. Casou com o Capitão João Duarte Silveira, natural da Ilha do Faial. Foi Ouvidor em Paranaguá no ano de 1752 (AHU - SP 16.596). Ainda eram vivos e com 10 escravos na lista de habitantes de Paranaguá em 1772 (AHU - códice 2105). O testamento de Helena data de 1793, sendo testamenteiro o Alferes Antonio Carvalho Bueno, testamento extraviado e contando apenas 3 folhas rasgadas na Cúria de São Paulo. De acordo com o Livro das recepções dos irmãos da V. O . 3ª da Penitência de Paranaguá, 1744-1794, manuscrito no Círculo de Estudos Bandeirantes da PUC de Curitiba, Helena de Miranda Coutinho foi casada com João Duarte Silveira, natural da Ilha do Faial, Bispado da Terceira, e que vivia de suas lavouras com pouco mais ou menos 60 anos em Paranaguá, em novembro de 1762, quando foi depoente no processo de genere de Antonio Rodrigues Ferreira (Arquivo da Cúria de São Paulo).

      1-2-1 Rosa Maria de Jesus Ingressou na Ordem 3ª de Paranaguá em 9/10/1765, folha 38.

      1-2-2 João Silveira de Miranda. Natural de Paranaguá. Alferes, pouco mais ou menos 36 anos em 1776 (JP 1138). Casado com Rita Maria de Cassia. Na lista de habitantes de Paranaguá de 1772 contava João Silveira com 32 anos e sua mulher Rita de Cássia com 33 anos. Morava no Rio dos Maciéis e possuíam 4 escravos e um sítio com meia légua e faziam cal. Tinham os seguintes filhos : Maria - 6 anos, Ana - 4 anos, Maria - 2 anos e Maria - 1 anos. Em 1778 estava ou morava no Rio de São Francisco (JP 1204).

      Ainda teve os filhos: 1-2-2-5 Ignacio Bonifácio da Silva do Espírito Santo casado em 18/1/1809 com Maria Bueno da Rocha, filha de Paulo da Rocha Dantas e de Maria Bueno da Rocha em São José dos Pinhais (Genealogia Paranaense V4, 218). 1-2-2-6 José Francisco de Godoy (o sobrenome é estranho ?), Capitão, natural de Guaratuba, Tabelião e Juiz de Órfãos em Antonina, Paraná, filho do Alferes João Silveira de Miranda e de Dona Rita Maria de Cássia, tendo sido casado com Dona Antonia Vaz de Castro (Antonina. Factos e Homens. Ermelino Agostinho de Leão 1918-1926, fac-simile 1999, pg 119-120).

      1-2-2-1 Maria Clara do Rosário. Casou com Julião José de Oliveira.

      1-2-2-1-1 Capitão João Silveira de Miranda, natural de São Francisco, filho legítimo de Julião José de Oliveira e de Maria Clara do Rosário. Casou em Morretes, no Paraná, a 21/VII/1837 (Informação de Hugo Klat) com Maria Miró, de Morretes, filha legítima de Manoel Miró e de Escolástica Maria de Freitas. João Silveira de Miranda nascido em Santa Catarina e falecido em Curitiba em 1880 está na Genealogia Paranaense com grande descendência abaixo transcrita (Genealogia Paranaense V5, 46-53).

      1-2-2-1-1-1 Coronel Emílio Silveira de Miranda, casado em 2/1/1858 com Maria Francisca Ribas

      1-2-2-1-1-2 Major Arlindo Silveira de Miranda, negociante e fazendeiro de gado em palmas, Paraná, casado com Maria Candida de Oliveira


      1-2-2-1-1-3 Manoel de Silveira Miró, participou da Guerra do Paraguai nas operações no sul de Mato Grosso na célebre retirada da Laguna. Morreu em função de cólera e pediu para ser enterrado em terra brasileira, no Mato Grosso, em Belo Jardim.


      1-2-2-1-1-4 Maria Clara Silveira, casada com Joaquim Pedro da Rocha

      1-2-2-1-1-5 Escolástica Silveira de Miranda, casada com o Capitão Francisco Antonio Nóbrega e em segundas núpcias com o Tenente Coronel José Gomes do Amaral, médico veterano da campanha no Paraguai

      1-2-2-1-1-6 Maria da Luz Silveira Miró, casada com Francisco Miró

      1-2-2-1-1-7 Coronel Augusto Silveira de Miranda, Comissário e Chefe de Polícia no Paraná, casado com Maria Ferreira Leite

      1-2-2-1-1-8 Capitão de Fragata Bernardo Silveira de Miranda casado com Beatriz Ferro Cardoso

      1-2-2-1-1-9 Lúcia Silveira, casada com Sebastião Francisco Grillo

      1-2-3 Ana Silveira de Miranda. Natural de Paranaguá e falecida no Rio de São Francisco aos 1/5/1815 com pouco mais ou menos 70 anos. Casada com o Capitão-Mor Francisco Fernandes Dias, cuja descendência e ascendência está no título Fernandes Dias da Genealogia Francisquense do insigne genealogista e parente Antonio Roberto Nascimento, no que apresentamos o resumo do inventário do Capitão-Mor Francisco Fernandes Dias:

      Provedoria Geral da Comarca de Paranaguá. Rio de São Francisco. Processo número 5049, ano de 1821. Autos civeis de contas de testamento. Jacinto Fernandes Dias testamenteiro do falecido Capitão-mor Francisco Fernandes Dias. Testamento do Capitão-mor Francisco Fernandes Dias datado de 6/1/1818. Testamenteiros os filhos Jacinto Fernandes Dias, o Alferes Manoel Fernandes Dias e Francisco Fernandes Dias. Declarou ser natural desta vila e que foi casado com Dona Ana da Silveira de Miranda, "minha muito amada e prezada esposa", já falecida. Deste casamento tiveram doze filhos dos quais se acham vivos:

      1.2.3.1 Dona Antonia Isabel
      1.2.3.2 Alferes Manoel Fernandes
      1.2.3.3 Francisco Fernandes
      1.2.3.4 Dona Ursula
      1.2.3.5 Jacinto Fernandes
      1.2.3.6 Alberto Fernandes
      1.2.3.7 João Fernandes
      1.2.3.8 Bernardino Fernandes
      1.2.3.9 Dona Antonia, mulher de José Joaquim
      1.2.3.10 Miguel Fernandes

      E pelo falecimento de Dona Maria, representam os dois órfãos Francisco e Rosa.

      Deixo uma dobra para meu filho Alberto Fernandes Dias e outra a minha filha Dona Ursula. Deixo de esmola a uma órfã de nome Maria que vive em companhia de João uma dobra. Deixo aos pobres dos mais necessitados que viverem nesta vila uma dobra no dia do meu enterramento. Tenho contas com Francisco de Paula Reis - 50$000. 64$000 a meus filhos Bernardino e Miguel. Joaquim José de Oliveira, Juiz de Órfãos

      O Capitão-Mor Francisco Fernandes Dias, 83 anos. Foi enterrado no dia 12/1/1818 nesta Igreja Matriz, acompanhado da irmandade do Santíssimo Sacramento. Folha 10, recibo de Dona Ursula Silveira de Miranda no valor de 12$800 e de Alberto Fernandes Dias, no mesmo valor, assinado pelo seu irmão Manoel Fernandes Dias (anexo). No verso há o recibo de uma dobra de Maria Felicia de Jesus. 1 dobra. Cerca de 1$100 ou 1$050 para dada um: José da Silva de Andrade, Antonio Tavares, Manoel da Mota, José Gomes, Ignacio do Riacho, Manoel Aleijado, Antonia Correa, Izabel Maria de Jesus, Helena, Ana Gonçalves, Domingos da Rocha, Maria Antonia.
      Há uma lista de bens móveis e de raiz que ficaram para o legatário Manoel Ferreira de Sousa, cabeça de sua mulher que lhe ficou por falecimento do seu avô, somando 161$387, inclusive parte da casa da vila na Rua da Fonte com 30$000 e o sítio das terras no Peroba com 57$607 nas duas listas. Na lista de bens de uso cotidiano aparecem calças inglesas. O neto Francisco também recebeu o equivalente a 161$387. Existem muitos elementos para a história do cotidiano nestes itens.

      O 1-2-3-2 Alferes Manoel Fernandes Dias , inventariado em 1850 em São Francisco do Sul, casou com Maria Antonia Moreira, filha de João Afonso Moreira e de Helena Dias de Santana, neta paterna de Marcos Afonso Moreira e de Catarina Cardoso. Marcos Afonso Moreira tinha uma casa na vila e a sua fazenda ficava na Enseada (Antonio Roberto Nascimento. Os Fernandes Dias). No casamento de Antonio Affonso Moreira com Ana Maria de Jesus, aos 15/6/1772, em São José dos Pinhais, constam como pais do noivo a Marcos Affonso Moreira e Catarina Antonia Cardoso de Siqueira e como pais da noiva a Estevão Ribeiro Bayão e Feliciana Fernandes dos Reis. O noivo era neto paterno de Antonio Affonso e de sua mulher Luzia Moreira. Neto materno de Marcos Antonio Espanhol e de Clara Cardosa, todos da paróquia de Nossa Senhora da Graça do Rio de São Francisco. A noiva era neta paterna de Antonio Ribeiro Bayão e de Maria de Siqueira e neta materna de João Martins Leme e de Catarina Pinta. Primeiro Livro de Casamentos de São José dos Pinhais

      1-2-4 Maria Silveira de Miranda. Natural de Paranaguá. Casada com o Alferes Antonio Carvalho Bueno, filho do Capitão João Carvalho de Assunção e de Maria Bueno da Rocha, natural de Curitiba e morador em Guaratuba (Genealogia Paranaense V4, 214). Alferes, primeiro Juiz Ordinário de Guaratuba em 1771. Foi preso pelo Ouvidor em 1781 por matar Guarás, rubra e bela ave há muito tempo extinta do litoral paranaense, e logo solto pelo Governador. Suicidou-se em 30/8/1809 em Matinhos, onde deveria ter o seu sítio (Joaquim da Silva Mafra. História do Município de Guaratuba, 101). Na Lista de habitantes de Guaratuba de 1795 possuía 3 escravos e aparecia com 61 anos e sua mulher Maria Silveira de Miranda com 51 e com os seguintes filhos : Antonio - 17, José - 14, Teresa - 23, Maria - 20 e Valentina - 18.


      1-3 Agostinho de Miranda Coutinho. Falecido com cerca de 75 anos de acordo com o seu obituário datado de 3/12/1795 em São Francisco do Sul. Agostinho de Miranda Coutinho foi casado com Maria Pereira da Silva, sem deixar filhos de seu casamento.


      Provedoria dos Resíduos da Comarca de Paranaguá. Autos Cíveis de Conta de Testamento. Vigário da Vara Bento Gonçalves Cordeiro como testamenteiro da falecida Dona Maria Pereira da Silva. Vila do Rio de São Francisco. Ano de 1810. Documento nº 4461. Arquivo do 1º Cível de Curitiba. Testamento datado de 4/7/1807. Testamenteiros: Reverendo Vigário da Vara Bento Gonçalves Cordeiro, Senhor Manoel Machado Lima e o Senhor meu irmão Capitão-Mor Francisco Fernandes Dias.

      No dia do meu falecimento ou no outro seguinte dará o meu testamenteiro de esmola aos pobres 20$000. Assim mais ordeno a meu testamenteiro depositar em benefício dos pobres a seu arbítrio 100$000 conforme a maior ou menor necessidade de cada um destes sendo todos desta freguesia e no número destes preferiram primeiramente aqueles pobres que me correr pelas veias de consangüinidade a fim de mais nomes no número destes quero entre minha afilhada Maria da Graça se me sobreviver a esta se dará 12$800. Deixo a meu afilhado Manoel Fernandes Dias por esmola 50$000.
      Deixo de esmola ao senhor Manoel Machado Lima 100$000 e assim mais todas as minhas roupas novas e velhas.Deixo a minha afilhada Maria filha do sobredito senhor Manoel Machado Lima a minha mulatinha de nome Ana e além mais do ouro lavrado de meu uso um caixilho com um cordão um par de brincos um laço e um anel do melhor que houver. Deixo a meu afilhado Agostinho filho do senhor Manoel Machado Lima do mesmo ouro do meu uso dois pares de botões de punho três talheres de colheres e garfo de prata e mais um par de fivelas de prata. Deixo de esmola a minha afilhada Maxima mulher do senhor Francisco Lopes de Sousa 50$000. Deixo a todos os meus sobrinhos filhos e filhas de minha irmã e irmão 20$000 a cada um deles com a exclusão dos dois acima doados com declaração de que se falecer antes mim algum ou alguns dos sobrinhos passará a mesma a seus respectivos herdeiros
      Deixo a minha afilhada filha do senhor Manoel Vieira da vil